CONTAGEM REGRESSIVA...

...para uma Zarzuela fora das convenções

Joaquín Rodrigo nasceu em 1901 na cidade de Valência e morreu em 1999. Foi umas das personalidades mais destacadas da música espanhola do século XX. A maior parte da obra de Rodrigo foi dedicada ao violão, mas nos anos 50, uma conversa com o libretista Jesús Maria de Arozamena, resultou numa proposta para a composição da música para uma ópera baseada numa comédia do grande poeta e dramaturgo espanhol Lope de Vega, chamada “De donde aça nos vino”, escrita por volta de 1635. No verão de 1955 Rodrigo recebeu a primeira versão do libreto com o título El Hijo Fingido (O Falso Filho). O texto adaptado por Arozamena misturava poemas originais de Lope de Vega com diálogos estruturados em forma poética. Rodrigo considerou alguns dos diálogos supérfluos e de um gosto duvidoso e por isso pediu ao libretista que fizesse as alterações com as quais Arozamena não concordou, retirando-se do projeto. Algum tempo depois Victoria Kamhi, pianista e esposa de Rodrigo, ajudou-o nessa adaptação, fazendo os cortes necessários e inserindo alguns poemas de outra obra importante de Lope de Vega, "Ramilletes de Madrid". Nascia, assim, a primeira versão de El Hijo Fingido, rompendo com os padrões típicos da tradicional Zarzuela, já que apesar da comicidade e do uso de temas tipicamente espanhóis, Rodrigo estruturou sua obra com um prólogo e dois atos. Imaginando, todavia, que poderia irritar os mais tradicionalistas ele colocou como subtítulo “Comédia Lírica”, deixando claro que se tratava de algo diferente da Zarzuela tradicional. Somente seis anos depois Lola Rodriguez de Aragón, diretora do Teatro de La Zarzuela de Madri, mostrou interesse em apresentar a obra em seu teatro.A estréia aconteceu em novembro de 1964 e mais tarde estreou também no Theatro Colón em Buenos Aires.

Teatro de La Zarzuela, em Madrid

Daqui a quinze dias essa deliciosa obra estreará no Brasil. Já já O Falso Filho estará no palco do Theatro São Pedro... estamos em contagem regressiva...