Conversas sobre o nada

O roteiro para “Afinal, que ópera é essa?” foi criado por Paulo Maron e Leonardo Martinelli, fruto de muitas conversas intermináveis ao estilo ‘Seinfeld’ que os dois protagonizavam nos anos de mestrado no Instituto de Artes da Unesp. Paródias operísticas são comuns nos países onde o gênero é popular, mas, de certa forma, é algo pouco comum no Brasil. O texto trata do sequestro de um tenor, que passa a ser procurado por dois amigos. Nessa busca, três personagens principais procuram o tenor desaparecido e interagem com outros personagens oriundos de diversas óperas. A escolha do texto teve como meta fazer aflorar o potencial de interpretação dos cantores. Por sua vez, as árias cantadas por eles foram escolhidas segundo a vontade de cada cantor. O objetivo foi deixá-los musicalmente ‘confortáveis’ para que fosse possível observá-los frente ao desafio de interpretar o papel que lhes fora colocado. Esta montagem foi um verdadeiro laboratório cênico. As três récitas foram realizadas no Theatro São Pedro em dezembro de 2003, e a casa cheia no último dia mostrou que o público gostou da idéia!

O elenco foi formado por Ludimilla de Carvalho (no papel de Ludimilla), Glaucivan Gurgel (como Masetto e Don Giovanni), Amadeu Góis (interpretando Leporello, Papageno, o chefe dos ferreiros e o capitão da guarda), David Marcondes (como Fígaro e Escamilho), Cristine Guse (como Carmem), Taís Bandeira (no papel da Marquesa). Leonardo Martinelli, Natália Troni, Daniela Vega, Lucas Vanzelli e Sérgio Werneck completaram o elenco. Participaram da montagem o Coro da Polícia Militar de São Paulo (sob a regência do Major Antonio Carlos Martins Fernandes), o Coral Lírico de Diadema e o Coral Musicativa de Moji das Cruzes (sob a regência de Sérgio Werneck). A direção de arte foi assinada por Adriana Salema.